Aí vai o recado de um certo Nélio Narigudo, um sujeito indecente que diante de uma tentativa frustrada de ganhar a atenção de leitores desocupados da “rede interna”, resolveu publicar essa porcaria:
“Como será que age a carne ante a sensação de medo? Essa pergunta pode ser respondida por alguns grupos de moradores da zona norte do Rio de Janeiro. É que as primeiras semanas do mês de outubro foram marcadas por um retorno às evidencias do quadro da guerra social no rio, esta que teve inicio nos anos setenta, com o surgimento das primeiras milícias que operavam no tráfico de drogas; cresceu ao ponto de ter originado o comando vermelho nos anos oitenta, e a partir daí, encosta a classe média no canto da parede com uma AR-15 apontada para o aparelho do estado, arma essa que foi conseguida graças às brechas deixadas pela falência moral do estado.
Por um lado, o crime organizado deu origem a um ambiente de paz com ameaças silenciosas. Os muitos grupos que atuam no tráfico possuem uma espécie de aliança entre si (RAFAEL, A. At. ALCEU - v.2 - n.3 - p. 166 a 179 - jul./dez. 2001); são movidos pela amizade e também por uma espécie de ética semelhante a existente inter-órgãos estatais. Sua maneira hierarquizada de organização se assemelha, em muitos aspectos, ao do aparelho estatal. “Para a felicidade do leitor, não vou expor aqui essas semelhanças, basta que continuemos entendendo da maneira como é de praxe: de que ali existe um poder paralelo.”
Esse canalha pode ser uma espécie de alterego muito qualificado. Meu outro “eu”, que não necessariamente chega a pensar de modo inverso, mas prioriza a seguinte questão: como qualificamos a nossa relação com o tráfico de drogas da nossa cidade?? E nossas áreas, nossos esquemas?? E ainda vou mais longe... Se é uma verdade absoluta que, nós da classe média, somos os verdadeiros financiadores do tráfico graças à enorme quantidade do nosso consumo, então porque tanta indignação contra uma ordem social regida por eles?? Nem posso me considerar um careta depois de acabar de curtir um Barato.
“Como será que age a carne ante a sensação de medo? Essa pergunta pode ser respondida por alguns grupos de moradores da zona norte do Rio de Janeiro. É que as primeiras semanas do mês de outubro foram marcadas por um retorno às evidencias do quadro da guerra social no rio, esta que teve inicio nos anos setenta, com o surgimento das primeiras milícias que operavam no tráfico de drogas; cresceu ao ponto de ter originado o comando vermelho nos anos oitenta, e a partir daí, encosta a classe média no canto da parede com uma AR-15 apontada para o aparelho do estado, arma essa que foi conseguida graças às brechas deixadas pela falência moral do estado.
Por um lado, o crime organizado deu origem a um ambiente de paz com ameaças silenciosas. Os muitos grupos que atuam no tráfico possuem uma espécie de aliança entre si (RAFAEL, A. At. ALCEU - v.2 - n.3 - p. 166 a 179 - jul./dez. 2001); são movidos pela amizade e também por uma espécie de ética semelhante a existente inter-órgãos estatais. Sua maneira hierarquizada de organização se assemelha, em muitos aspectos, ao do aparelho estatal. “Para a felicidade do leitor, não vou expor aqui essas semelhanças, basta que continuemos entendendo da maneira como é de praxe: de que ali existe um poder paralelo.”
Esse canalha pode ser uma espécie de alterego muito qualificado. Meu outro “eu”, que não necessariamente chega a pensar de modo inverso, mas prioriza a seguinte questão: como qualificamos a nossa relação com o tráfico de drogas da nossa cidade?? E nossas áreas, nossos esquemas?? E ainda vou mais longe... Se é uma verdade absoluta que, nós da classe média, somos os verdadeiros financiadores do tráfico graças à enorme quantidade do nosso consumo, então porque tanta indignação contra uma ordem social regida por eles?? Nem posso me considerar um careta depois de acabar de curtir um Barato.