(Para finalizar este ano muito produtivo de 2012, um post contendo algumas postagens minhas bastante curtidas no Facebook. Reflexões breves e corriqueiras)
23-03-2012
A
maior cilada em que você pode entrar num relacionamento é a de
achar que você é feliz porque você está com aquela pessoa.
Fazendo isso, você vai estar enveredando pela velha dicotomia TER X
SER. Se você é feliz porque TEM algo externo a você, sua
felicidade pode acabar em instantes, pois tudo o que externamente
adquirido nunca deixará de ter suas probabilidades de ser perdido,
independentemente do
amor que que possamos ter por este algo. Por outro lado se somos
felizes porque SOMOS aquilo que desejamos e lutamos para ser, isso
não poderá ser tirado da gente, pois a dimensão do nosso ser é
tudo aquilo que melhor podemos conhecer; é para onde mais
direcionamos as nossas expectativas; é a morada da nossa inviolável
autonomia;... e portanto, é a dimensão da felicidade que nunca será
perdida depois de conquistada !!
(Mateus S. M. Barros)
(Mateus S. M. Barros)
24-03-2012
Outra
cilada encontrada nos relacionamentos amorosos é a da esperança de
que o outro mude o seu jeito de ser. Isso é o mesmo que acreditar
que existe um amor ideal; algo diferente e distante de um amor real.
Idealização é fenômeno comum em pessoas mimadas, que não
conseguem viver a realidade tal como ela é. São pessoas que
concebem a realidade como um campo de realização dos desejos, e que
portanto,
se frustram ao descobrirem que ela não é esse campo. O amor real é
feito a partir da aceitação incondicional, tal qual uma mãe sente
com relação ao seu filho, apesar de todas as suas imperfeições.
Assim devem ser nos relacionamentos amorosos; pois se você escolheu
estar com aquela pessoa, é porque você gosta dela por inteiro. Por
outro lado, se você não aceita os defeitos da pessoa por não saber
que ela era daquele jeito, é porque a sua cabeça não permitiu
enxergar a pessoa como ela realmente é. Se você gosta de alguém,
aceite e saiba conviver com os seus defeitos; não espere que ela
mude, pois a mudança é consequência de um processo de vivência a
dois. E, por fim, respeite a individualidade da pessoa;
individualidade essa que consiste em um terreno tão sagrado para uma
relação.
(Mateus S.M. Barros)
(Mateus S.M. Barros)
27-03-2012
Amizade
não é um imposto a ser cobrado todo mês. Também não considero
delicado que a presença física (telefonema entra no conjunto desta
obra) seja cobrada como uma prova da legitimação da amizade. Isso
porque uma amizade verdadeira não se mede pela presença física do
dia-a-dia. Pelo contrário, uma amizade verdadeira se manifesta no
prazer do reencontro, com a mesma intensidade e prazer que poderia
ser se o tempo que intercalasse o encontro não tivesse decorrido.
Isso porque a amizade possui uma história composta de momentos
importantes e marcantes que resultaram no fortalecimento do vínculo.
Por outro lado, a vida é cheia de circunstâncias – caminhos
traçados de maneira única por ambas as partes – que dificulta uma
constância maior de encontros. Cabe ao amigo compreender essa
situação vivida pelo outro. Cobrar presença física é sinal de
duas coisas: extrema carência e egoísmo. Extrema carência porque
essa pessoa carece de avanços no desenvolvimento da sua
autossuficiência; e egoísmo porque o motivo é realmente egoísta:
Estar com aquela pessoa para que ELA se sinta bem.
(Mateus S. M. Barros)
(Mateus S. M. Barros)
Muitas
pessoas se incomodam com uma certa ‘falsidade’ existente em
outras. Falsidade essa que se traduz no comportamento de falar algo
sobre uma determinada pessoa na frente dela, e por trás, na presença
de outra pessoa, falar o oposto. Bom, vamos analisar isto... segundo
a opinião da maioria, esta pessoa possui dois momentos: Um de
falsidade, quando emite a opinião na frente da pessoa, e outro de
falsidade, quando emite o oposto por trás. Eu considero o contrário:
acho que esta pessoa é mais sincera quando me elogia na minha
presença do que quando me pulveriza na minha ausência. Isso porque
não há nada mais genuíno do que uma sensação de alegria e prazer
compartilhado entre duas pessoas. Isso se traduz no corpo, nas
expressões faciais da pessoa; e de tão intenso que se torna o
prazer de estar junto, chega uma hora que esta pessoa não resiste à
tentação de dizer: “polxa cara, gosto muito de você”. Por
outro lado, a opinião negativa emitida na presença de uma outra
pessoa é carregada de significados e intenções outras que tornam o
discurso menos genuíno do que a emoção expressa diante da pessoa
referida no conteúdo do discurso. Muitas vezes, a pessoa que emite
tal opinião admira tanto a referida que se sente inferior diante
dela, ao ponto de precisar falar mal dela para que possa se sentir
mais valorizada pela pessoa que a está escutando, ou mesmo, por si
própria. Isso é um vício constante em pessoas que possuem baixa
autoestima e que não conhecem outra maneira de serem valorizadas a
não ser a de distorcer a imagem das outras.
03-04-2012
Novo,
mistério e desconhecido são três ambiente que causam medo e pavor
na maioria das pessoas. Isso porque representam ameaça. Ameaça de
perda, como se algumas coisas que tememos perder fossem realmente nos
fazer falta; ameaça de desestabilização emocional, como se
fossemos satisfeitos e felizes suficientemente, ao ponto de não
desejarmos um pouco mais. Não que desejar mais seja o certo, mas,
se por
acaso isso acontece, não é saudável ficar reclamando das coisas
que faltam na sua vida enquanto você teme enfrentar o medo do novo e
correr riscos. Esse é o melhor caminho para quem deseja algo melhor
para si: superar o medo do desconhecido. Não é um processo fácil,
mas é da condição humana ter todos os mecanismos para isso dentro
de si. Você pode buscar isso através da meditação, do
autoconhecimento, do encontro consigo mesmo. Talvez, a melhor forma
de se dar o pontapé inicial para este caminho seja a de se desapegar
das limitações que o mundo impõe a você, da maneira como ele
mostra o quanto você é pequeno. O mundo não deseja o melhor de
você, mas a sua transcendência e superação podem ser algo muito
inspirador para o mundo.
(Mateus S. M. Barros)
(Mateus S. M. Barros)
06-04-2012
Fazer
escolhas, tomar decisões, podem significar momentos tortuosos na
vida de uma pessoa. A verdade é que toda a sua história é contada
a partir das suas escolhas - até não fazer nada é uma escolha -e
diante delas, as influencias ambientais pouco deveriam significar. O
problema é que sentimos o contrário: o ambiente pesa demais sobre
nossas escolhas, pois sabemos que perdas decorrente delas podem vir
a acontecer. Nessa hora é que somos dominados pelo medo, que
consequentemente irá gerar a indecisão.
A solução para isto começa a partir da assunção das consequências que ocorrem em nossas vidas. Afinal, se nossas vidas são tradadas por nossas escolhas, então porque o mundo nos faz infeliz? O mundo não tem culpa disso, pois ele é composto de outras pessoas com outras escolhas a serem feitas. Nada é tão importante que possa significar uma uma grande perda; e não escolher entre X ou Y por indecisão pode significar a perda de ambos. A perda já é algo garantido quando decidimos ficar indecisos, então é não ter medo de decidir e não dar tanta importância ao que pode ser perder. Autoconhecimento é sempre único caminho para se identificar prioridades.
(Mateus S. M. Barros)
A solução para isto começa a partir da assunção das consequências que ocorrem em nossas vidas. Afinal, se nossas vidas são tradadas por nossas escolhas, então porque o mundo nos faz infeliz? O mundo não tem culpa disso, pois ele é composto de outras pessoas com outras escolhas a serem feitas. Nada é tão importante que possa significar uma uma grande perda; e não escolher entre X ou Y por indecisão pode significar a perda de ambos. A perda já é algo garantido quando decidimos ficar indecisos, então é não ter medo de decidir e não dar tanta importância ao que pode ser perder. Autoconhecimento é sempre único caminho para se identificar prioridades.
(Mateus S. M. Barros)
24-04-2012
Estresse,
mal-estar, raiva, ódio, ira... são peças que nossas próprias
mentes pregam sobre a gente. A vida já não é fácil, então por
que insistir que ela seja ainda pior? Vamos tentar suavizar um pouco
os nossos problemas com a sociedade, enxerga-la de outra forma. Com
um pouco de ironia e senso de humor talvez. Fazer piadas com ela e
com nós mesmos. Quanto mais pudermos suavizar nossos problemas
(talvez colocando-os no seu patamar real ao invés de aumenta-los
demais com nossos pensamentos), melhor será para todos nós.
Poderemos enxergar nossos problemas sem o véu da cegueira
emocional.
(Mateus S. M. Barros)
(Mateus S. M. Barros)
21-04-2012
Tremenda
babaquice da nossa cultura brasileira de classe média: essa
glamourização da malandragem. Isso porque a malandragem é vista e
interpretada de forma romântica por pessoas que pensam que malandro
é aquele cara que conversa muita lorota e pega muita mulher com
isso. Essa visão foi fortemente influenciada por alguns artistas
como Chico Buarque e Diogo nogueira, além de outros sambistas
cariocas.
O Diogo Nogueira, por exemplo, utiliza a frase “malandro é
malandro e mané é mané” se referindo ao malandro como um cara
que vive comendo e cospindo fora, enquanto que o mané é um cara que
tem metas e planos para se apaixonar por uma mulher e dar a ela uma
vida de conforto. Tem mulheres que adoram isso, mas partem em busca
do oposto, entrando num profundo mar de contradição. Só que o
buraco da malandragem é muito mais embaixo. Esse cidadão malandro
é, na verdade, aquele que anda por aí burlando regras de boa
convivência social, baseadas na confiança e no respeito mútuo. É
o cidadão que engana, que mente, que adota duas caras... tudo isso
para alcançar o seu benefício próprio. Desrespeita as leis
públicas, pois sua esperteza e auto-confiança o colocam num patamar
superior ao sistema. Taí o Carlinhos Cachoeira... maior malandro
brasileiro. Por outro lado, o mané de Diogo Nogueira também atinge
o cidadão de bem; correto, cumpridor das suas obrigações e dos
seus deveres com a família e a sociedade. Ele não se tornou rico
por falta da malandragem, mas é ainda sim é um sujeito esforçado e
merecedor de respeito. Mas cadê o respeito se muitos babacas de
nossa sociedade não veem o seu exemplo? Vamos parar com isso, gente.
Cultuar a malandragem?... Uma pinoia!!!
(Mateus S. M. Barros)
(Mateus S. M. Barros)
28-04-2012
Todos
queremos amar e sermos amados. O problema é conseguir isso num
universo onde os diálogos ocorrem sempre em primeira pessoa. "eu
sou uma pessoa assim...", "eu sou um tipo de pessoa
assim...", "eu sou...". "Eu, eu eu...; eu sou
mais eu". Todos só querem falar de si, mostrar para o mundo
como ela é, na esperança de ser amanda e, consequentemente,
admirada. O reflexo disto pode ser conferido nas redes
sociais. O pior, é que esse 'eu' que divulgamos por aí é o 'eu'
que idealizamos, não o que realmente somos. A verdade é que não
existe o 'eu'; o que existe, na verdade é 'entre eu e você'. Eu sou
aquilo que você permite que eu seja para você. Em outras palavras,
os seres humanos são o encontro de dois; um fenômeno, aquilo que só
só tem sentido na presença de outro ente que o define como tal.
21-05-2012
O
imediatismo é outro mal que carregamos na nossa pobre cultura
ocidental. É tão comparavelmente mal quando o mal da felicidade,
pois sempre nos deprimimos quando nos deparamos com um problema cuja
solução requer um prazo médio e longo. Não percebemos que os
males que estamos colhendo agora foram processualmente se
constituindo através do tempo; muito menos conseguimos enxergar a
nossa participação
diante desse processo. Olhando para dentro de nós, para nossa
relação com a sociedade, para as decisões que tomamos, passaremos
a nos conhecer melhor... e com isso, poderemos enxergar o futuro como
um caminho que já está sendo percorrido a partir do aqui-e-agora.
Concentremo-nos pois em enxergar a nós mesmos diante de tudo, para
que possamos acompanhar as transforações que vão acontecendo
conosco até a chegada ao caminho desejado. Não haverá sentimento
imediatista que resistirá a isto.
Você não mede palavras e às vezes é duro como um soco. Legal.
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