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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Preconceito


Bem, aqui estou, sentado diante do universo de onde pareço ter nascido, pronto para mais uma elaboração sem – ou talvez cheia de – paralelos. Hoje o tema é... “preconceito”. Esse daí surgiu a partir de uma brincadeira saudável proposta pelo meu primo Mário Barros, onde um de nós dois lançamos um tema por semana, e a partir disto, cada um elabora o seu texto. Na ocasião, foi a minha vez de lançar mão do tema, e a primeira palavra que a minha mente criativa me presenteou foi: Preconceito. Então vamos lá. Sabe quando você cruza com uma pessoa desconhecida na rua, festa, novo emprego... onde quer que você esteja? Pois bem, não se trata apenas de ‘mais um desconhecido’. Trata-se do NOVO. Universo inexplorado, e que por ser isto, poderá te afetar de várias maneiras. Só que nunca estamos preparados para o impacto do Novo (universo inexplorado) em nosso Self. Ou, melhor dizendo, nunca estamos seguros quanto à imunidade do nosso Self frente ao impacto do novo. Logo, que outra reação a chegada desse Novo pode nos causar a não ser uma específica: o Medo? Medo de nos desestabilizar; medo de escorregar diante desse misterioso novo a ponto de passarmo a olha-lo de baixo para cima. Em seguida, vem as reações contra este medo, aquelas que caracterizam o preconceito na maneira como o conhecemos: discriminação, rejeição, crítica, aversão. De uma forma geral, tais reações sucedem uma análise bastante superficial da maneira como a pessoa se apresenta, levando em conta apenas a sua imagem.

Esta pequena e resumida explanação (qualidade textual que não se trata de novidade para aqueles que já estão habituados a ler meu blog) apenas sugere aquilo que me propus a colocar como ideia central para este tema: O preconceito é muito mais do que discriminação racial, sexual e social. É, também, mas vai muito além; e como ilustração disto, basta prestarmos atenção a outros tipos de discriminação que ainda não chegamos a levar para o plano das discussões de idéias. Existe preconceito contra gordos, conta fumantes, contra pessoas de meia idade, etc., etc., etc. Nunca vi um gordo feliz com a sua imagem refletida no espelho; e muito menos, um gordo transitar pelo social isento de críticas por parte de outras pessoas quando aos seus dotes físicos. E os fumantes? Já foram mais felizes um dia, quando a sociedade não correspondia aos padrões politicamente corretos da saúde e eles podiam fumar o quanto quisessem em bares e restaurantes. Pessoas de meia idade? Essas última tem voz e atitudes dignas de respeito num mundo globalizado onde se valoriza apenas o espírito e a aparência jovem?

Modelos de discriminação a parte, eu ainda creio que o preconceito vá além disto. Basta que se saiba que preconceito, etimologicamente, é o mesmo que ‘conceito-pré’, atribuições deste quando este ainda sequer existe. Atribuições podem ser juízos, comparações, análises, sínteses, tudo aquilo que corresponde a atividades subsequentes ao axioma aristotélico. Só que, no caso do preconceito, utiliza-se disso tudo sem a presença do conceito, aquele elemento do conhecimento que poderia validar todas essas atividades de modo ampliar o próprio conhecimento. Em outras palavras, preconceito é burrice mesmo. Falta informações para se julgar, para se chegar a conclusões – coisa que só seria possível com a participação do conceito. Agora eu pergunto: Preconceito existe somente para julgamentos negativos? Não! E ainda dobro esta resposta, pois o preconceito não existe para julgamentos positivos e negativos... Ele é o resultado da presença de um sobre o outro. Tomemos a imagem como um imperativo: Para que existe um modelo de ser humano a ser discriminado, é preciso que exista outro a ser bastante aprovado. É como uma seleção de empregos para vendedores, onde o emprego já está previamente garantido para a aquela loira alta e gostosa, deixando as pobres concorrentes frustradas. O modelo ideal tá lá para ser julgado e discriminado tal qual o modelo negativo. Nem um dos dois foram explorados em seus conteúdos mais essenciais; a imagem falou por si só. E assim termino este texto. Feliz 2012 para todos, e que esse ano seja muito bom para todos vocês; Vamos ser inteligentes e explorar todos os conceitos possíveis; Não tenham medo do novo; Queira conhecer um pouco mais daquele que se apresenta diante de vós!!! Até a próxima. Tchau.

2 comentários:

  1. Você fez um mergulho profundo no seu texto, me ensinando coisas que eu desconhecia sobre preconceito.

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  2. Mateus, Mateus. Você toca, realmente, em um problema social gerado muitas vezes pela mídia. Eu que trabalho com moda que o diga; carregar comigo as idéias citadas acima e trabalhar com estereótipos... isso é deveras conflitante e frustrante. Não há um equilíbrio imagético e eu também não tenho esperanças que o mundo possa tê-lo futuramente, pois trabalhar a grande massa é uma coisa fácil nos dias de hoje. Somos frutos de um consumismo exacerbado, do ter sem necessidade... para isso, a imagem e o prognóstico de que a vida do espectador pode ser a desenvolvida como ideal é fundamental para manter esses jogos de juízos: o modelo a ser aprovado e o modelo a ser desaprovado.
    Bom, meu querido, seu texto é ótimo. Fico na espera do próximo.

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